APELO POÉTICO
Fala-me poeta!
Dá-me a linguagem do poema
Para que as tuas palavras
Deslizem na minha escrita
Falando do segredo
Do dia e da noite
Colhidos pela tua inspiração...
Fala-me poeta!
Explica-me o silêncio do amor
Este silêncio que não deixa
Prova nem marcas
Ele apenas é...
Um silêncio sem lembranças...
De palavras, mas que é cheio
De palavras mudas
Que compõem toda uma história...
Diz-me, também, do mar
Que recolhe das águas
Dos rios suas lágrimas vitais
E, com elas, se transforma em oceano...
Fala-me poeta!
Conta-me da melodia da noite
Que invade sono e sonhos
Ou embala insônias
De corações apaixonados...
Diz-me, também do céu
Que balança as sementes
Do dia seguinte na profunda
Escuridão da noite...
Fala-me poeta!
Ou, então, escuta-me...
Deixa que através de ti
Eu possa desaguar, sobre
O espaço vazio da folha, a lava
Dos vulcânicos de sentimentos
Que queima, mas que,
Libertados pela magia
Das palavras arderão
Apenas na beleza da poesia.