Tempestade de Amor
A testa colada na vidraça
Tento espiar lá fora
O vidro opaco
Chuva torrencial
Inverno aconchegante...
Trabalhadores em capas
Tentam por ritmo normal
O aguaceiro transborda
Galerias obstruídas
Lixos que vão embora...
Transportes passam com faróis acesos
Os pneus cortam a água
Deixando no rastro pequenas ondas
Transformando o momento
Em singela nostalgia...
Passo a mão ligeiro no embaçado
Desce do ônibus minha musa
Blusa colada no corpo
Cabelos escorridos em cascatas
Corre apressada, beleza magistral!
Amo-a, por ela tenho paixão...
O simples movimento da sua existência
Faz meu ser gozar de prazer...
Fico imaginando seu banho quente
Seu moletom aconchegante...
A chuva agora mais feroz
Fecha o tempo
A vidraça escurece de vez
Minha mente acesa de desejo
Faz amor no redemoinho dos ventos.
Jamaveira
Chove chuva...
Autor: Sonia
Galeria: Abstrato