INQUIETAÇÃO

A inquietação me consome
É inevitável a pergunta:
Serei eu somente sua companheira
Ou em outros poetas ela também abunda?

Uma crise instala-se
Em uma já existente:
Estaria eu escrevendo
Se ela não morasse em minha mente?

E se necessito da inquietação
Logo me paira a terrível conclusão:
É na quietude de meu desequilíbrio
Que consigo dar sentido à vazão.

Porque escrever é minha extensão
A possibilidade da expressão
Sem justa medida ou aparente razão
É a pura essência da criação.

Sou através dos versos
Em uma metamorfose feroz
Que aglutina coração, caneta e papéis
Onde a alma faz ouvir sua voz.