A CANETA E A ARMA
A Caneta e a arma
A caneta promove e apela à paz
E leva conforto a quem precisa;
A arma é como animal voraz:
Fere, destrói e nem avisa.
A arma degrada e embrutece
Quem a possui e dela abusa
A caneta é um dom, uma benesse
Que torna grande a quem a usa.
A caneta é leve e apenas dispara
As ideias de quem a utiliza;
Uma arma, brutal, à vida pára
Violenta, subjuga, atemoriza.
Há ideias transmitidas pela caneta
Que vão, vingam e permanecem,
Mas as que levam a força da baioneta
Duram o que dura a força logo esquecem.
A caneta move-se suavemente
Nas mãos de quem a maneja
A arma dispara brutalmente
Uma bala fatal e malfazeja
A caneta é inofensiva e mansa
Qualquer que seja o portador,
A arma é uma afiada lança
Na mão de quem não tem amor.
A caneta que critica e ofende
Também pode pedir perdão
Mas a arma que a vida fende
Não poderá fazer regressão.