Amor Oculto

É a paixão por uma senhora

Por que de tudo desisto;

Por que rompo compromisso;

Por que ponho os bens em penhora.

E por pura conveniência

Ela usa da indecência:

Atrela-me ao seu sentimento, e, como dona,

No meu corpo, faz-se matrona...

E num desmembramento carnal,

Com um sentimento infinitesimal,

Emprega sua sanha:

Usa-me com artimanha...

E com o despudor que me acaricia

Entrego-me à acefalia...

Com isso, os corpos praguejam e sonham.

Na mesma cama se entranham,

Na mesma instância se amam...

Mas são os traços semelhantes

Que existem entre a mulher e o oposto

Que marcam nos dois amantes

O mimo, o gozo e o gosto.

Se alguns consulentes se acanham

Os nubentes afastam-se e sonham

Tocam-se com olhares sorrateiros

Em sorrisos, se fazem escudeiros...

Entre pessoas, nos mesmos tetos,

Escondem-se no olhar,

Encolhem-se para não roçar...

Mas, em par, na cama, são completos.

Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 21/10/2010
Código do texto: T2570345
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