Flores no Jardim Azul
Estava eu procurando o resto da minha família
Aos poucos fui os encontrando e as coisas foram melhorando
Cresci e a paisagem cresceu
Por que eles têm de me importunar?
As vezes me sinto sozinho, mas seguro
Quando reencontro os outros as brigas emergem
Apesar de certos problemas, eu busco o desconhecido para tentar resolvê-los
Por que não incrementar meu quintal com as flores do vizinho? São tão lindas!
Lá vou eu te encontrar, meus amigos perecem no meio do caminho, mas minha vontade é mais forte
-Não afundes na volta, diz você. Digo-te para não te preocupar, pois ainda és uva e eu sou videira
Meu quintal é grande e belo, as pragas que tentam destruir minhas flores são exterminadas em massa
Agora trago meus irmão para conhecer meu jardim, eles vêm contra a sua vontade e sem afundar
A praga que recusou meu espelho já não me serve, meus irmãos estão chegando, eles são o oposto de mim, mas são submissos à vontade do redentor
Acomodo vocês por nada, prendo seus punhos para meu próprio bem e a flor que nasce é o fruto do teu trabalho
Bonita ela está, a flor brilha como o sol da manhã de primavera. -Obrigado irmãos! Agora podem ir, mas se portem de acordo com o que manda o homem
A flor que brilhava foi substituída pela nuvem no terreno distante
Eles vêm de lá pra tentar mostrar-nos o que é a nuvem, mas para isso levam mais flores do que tenho
A ajuda vem dos irmãos que já viram a nuvem, será a nossa vez de encontrá-la?
Sim! Eu posso ver a nuvem no meu jardim, pegue seu buquê e me deixe, no tardar da noite lhe entregarei a rosa.
Meus irmãos brilham por um jardim solitário, as flores que existiam não são suficientes para seu olfato apurado que agora tornou-se sedento
Humilhado te sentes irmão, mas tua raiva está dentro do teu coração, não pode esconder de mim
Tens tua oportunidade de ascensão, o pobre homem da estrela pagou com sua vida, uma vez rico, agora apenas ossos
Não bastando flores no jardim porque tens de plantar um cogumelo? O veneno fez com que caísse a lágrima do rosto de minha família
Com frieza ameaçou o vizinho que tinha uma bela flor, mas quem sofreu foi aquele que tinha uma pequena flor murcha e tu tomou-a a força
As flores ainda são belas, mas não se podem comparar a uma árvore que alcança as estrelas
Meus irmãos não me aspiram confiança, eles se maltratam. Tento educar meus filhos para que não sigam esse exemplo, contudo minha flor desapareceu
Minha família tem motivos para se orgulhar da duplicidade dos meus irmãos, meus filhos sonham com isso, mas ao nosso alcance só está a joaninha da videira
Cada vez mais desentendimentos surgem na minha família, eu cavei um poço obscuro, mas acredito na doçura das minhas flores
Meu irmão foi ao poço do vizinho, pobre joaninha que estava próxima!
Agora rezo para que meus filhos tenham juízo, meus irmãos estão perdidos.
O que não me sai da cabeça, é a possibilidade que a árvore se transforme em cogumelo.
Felipe Frosi 3/10/06