Quero
Quero beber da vida o gosto amargo
E saber dele tirar sustento na desilusão
Levar no peito a angústia de estar vivo
Sentir-me vivo, mesmo que na solidão
Quero poder esquecer o que passou
Ignorar o que não me agrada
Sorrir quando achar oportuno
Chorar sem parecer um tolo.
Medo de cair? Não tem sentido
Posso me levantar sempre
E escolher outro caminho
E trilhar a vida novamente
Quero ser tragado pela vida
Afogar-me em seus desafios
Com medo talvez, mas vivendo
Alcançando não só o que espero
mas o que se esconde além do horizonte.