“O lamento da poesia nos lábios da poetisa”
Se choro ou se sorrio, de que adianta?
Se canto, ou me calo, quem há de
Ouvir-me? Se passo ou se fico, quem
Há de notar-me? Isso é a vida! Efêmera
E silenciosa, quando se levanta os olhos
Já não é mais, passou! Se foi de um
Canto a outro, há se eu fosse um conto
Poético, declamado! Seria em teus lábios
A existência da pronuncia, o existir deste
Eu, hora doce, hora amargo feito fel, mas
Este instante seria eu em tua boca a copa,
Em tua garganta a raiz, e tuas palavras,
Seriam leves, claras, e passageiras num
Palco descortinado, há poetisa, canta-me
Aos quatro cantos desta terra gentil,
De repouso manso e fértil, se choro ou se
Sorrio, importas tu poetisa, mas não me
Deixa morrer, sou eu a poesia que clama,
Sou eu o alento da alma fria.