A tinta azul de minha caneta;
Já está completamente gasta;
Desloca-se no papel igual cometa;
Ícone vivo de natureza rara.
Quero que sua esfera transborde;
Marcando as linhas com borrão;
Talvez assim o poeta acorde;
Para um mundo em transformação.
Onde as margens já sem limites;
Perdem-se nas bordas do tempo;
Enigmáticas e mudas esfinges;
Expressivas vozes ao vento.
Dizem para o mestre infinito;
Em versos de sentimento;
Em verbos surdos e aos gritos;
Neste tão nobre momento.
ACCO