PRECIOSA VIDA

Como posso beber água?

Neste rio tão bravio?

Jaz em mim a miséria

De não ser do estio

Pago por toda escolha

Que não tem este ser

Morando no mar da vida

Não pode água beber!

Peixes sem ninho

Pássaros sem mar

Homens sem vinho

Embriagados devagar

Canto a minha aflição

Por toda árvore cortada

Por toda sangue escorrido

Na veia tão divagada

Ligo os meus poros

Com os seres do mundo

Pedra, vidro, papel

Que está no lixo imundo!

Imundo é o meu ser

Que insiste em poluir

Consome verdades mentirosas

Pensando que vai existir

Em tudo que consome

Assim, alimenta-se de fome!

Júlia Rocha

Julia Rocha
Enviado por Julia Rocha em 14/10/2010
Reeditado em 04/12/2010
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