ERA...MAS JÁ NÃO SOU.

Era...mas já não sou!

Quando era novo e ágil

Julgava a vida interminável

Agora sei quanto é frágil

E que pouco tem de durável

Antes bastava a vontade

E logo fazia o que pensava

Hoje vejo essa capacidade

Do corpo fazer-se escrava

Envolvido nesta labuta

Que é o existir e viver

Todos os dias travo luta

Entre o fazer e o querer

O tempo passa sem eu dar conta

E a velhice chega acelerada

Como que a tomar conta

De uma vida quase acabada

Já vivi o melhor da vida

Espero a dor e o sofrimento

Que aceitarei de saúde ferida

Como natural sem um lamento

A força que me está a abandonar

Após tantos anos de companhia

É sinal de que tudo está a mudar

E é fraca a fonte de energia

Vivo numa terra emprestada

E sei que os bens não são meus

Tal como a vida, condicionada,

Á vontade e querer de Deus.

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 03/10/2006
Código do texto: T255466