ERA...MAS JÁ NÃO SOU.
Era...mas já não sou!
Quando era novo e ágil
Julgava a vida interminável
Agora sei quanto é frágil
E que pouco tem de durável
Antes bastava a vontade
E logo fazia o que pensava
Hoje vejo essa capacidade
Do corpo fazer-se escrava
Envolvido nesta labuta
Que é o existir e viver
Todos os dias travo luta
Entre o fazer e o querer
O tempo passa sem eu dar conta
E a velhice chega acelerada
Como que a tomar conta
De uma vida quase acabada
Já vivi o melhor da vida
Espero a dor e o sofrimento
Que aceitarei de saúde ferida
Como natural sem um lamento
A força que me está a abandonar
Após tantos anos de companhia
É sinal de que tudo está a mudar
E é fraca a fonte de energia
Vivo numa terra emprestada
E sei que os bens não são meus
Tal como a vida, condicionada,
Á vontade e querer de Deus.