CIDADE VAZIA

Vou seguindo o meu caminho

Passadas largas, destino incerto

Internamente vou refletindo

Tudo que sinto e observo.

E me pergunto:

Onde estão o frenesi e a revolta de outrora?

A cidade está calma.

Perdeu a cor prevalecendo à cinza

Que vai do céu até o asfalto,

Na Avenida, ruela ou beco

O sinal que está vermelho

De modo igual em cada esquina.

Ah cidade cheia, está vazia,

Revelando outras facetas,

Que ali habitam, que ali residem,

Uma senhora segurando rente a sua bolsa,

E um mendigo no frio banhando-se,

E todo o lixo do meio fio,

E os poucos carros que ali transitam.

Numa estranha calmaria,

Um dia comum para a maioria,

Que não se esquece da insegurança,

Do viver nesta barbárie.

O ser humano deixou de ser,

Mesmo em dias calmos, em dias Santos,

Mesmo no dia de Aparecida,

Que por hora, está sumida...

Diego Fernandes

12/10/2010

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Diego Fernandes Emiliano Silva
Enviado por Diego Fernandes Emiliano Silva em 13/10/2010
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