Achou!

Tenho o costume

De manter nos vasos

Flores que já morreram

Ressequidas

Tristes

Às vezes nem parecem

Que foram tão esquecidas

E mantêm um pedaço

Do fresco da vida

E depois morrem sem perceber

No silêncio do meu quarto

Pairam pétalas sobre a estante

Levanto e me distraio o bastante

Mas não é assim tão fácil

Não se entender

Penso como num desvario

Momento sem nexo, vazio

...caem pétalas sobre mim...

Deixo o cabelo no rosto

Toco meus lábios, meu pescoço

Provo o meu gosto

Talvez? Não ou sim ?

Dilemas tão compridos

Num fio da mente sem fim

Levanto rapidamente

Já e tarde

E vejo da janela

Uma luz suave

Que caminha em minha direção

Mas sei que não é luz coisa nenhuma

- você acha o que procura-

encontrou-me então!

Num breve espaço de tempo

- um segundo talvez –

Vi como num sonho

Uma nau e um português

Um sorriso, um aceno e de repente

Você – que é luz

Surge em minha frente

Respira o meu ar

Olhos e lábios rentes

Minhas mãos em sua face quente

Um forte abraço enfim

Te toco em todas as partes

E você também a mim

Devaneios tolos de reencontro

Que antes nunca vividos

Mas que impressão de velho amigo!

Ai, amigo, o sonho foi assim.

Laís Mussarra
Enviado por Laís Mussarra em 03/10/2006
Código do texto: T255213