Artesão do pensamento
Ter as palavras como instrumento,
é uma arte contra o desalento,
é tecer a imaginação,
como artesão do pensamento.
Falar com as paredes,
declamar paixões fluentes,
admirar o que parece comum,
ser caçador do diferente.
Sonhar meio acordado,
com alguém tão envolvente,
embriagado pela saudade,
apaixonado como sempre.
Viciado por inverno,
pelo frio adormecente,
que lembra bem o calor alheio,
em que o corpo é dependente.
E se ainda as palavras,
não fossem instrumentos,
teceria a imaginação,
como artesão do pensamento...