Eu, tantas vezes Rei, tantas vezes Réu...
Eu, que tanto sei dos mistérios
da vida e das ilusões.
Eu, mestre do meu próprio destino
e dos meus sonhos inacabados
Eu, admirador das coisas
que nunca entendi
Eu, tantas vezes Rei, tantas vezes Réu
da minha consciência tão sincera
Eu, tantas vezes Herói, tantas vezes vilão
dos meus pensamentos tão humanos
Eu, que caminho por uma rua deserta
com um rumo certo que desejo alcançar
Eu, admirador de Bandeira, de Drummond,
de Moraes, de Pessoa e entre outros
Eu, escritor de versos tão simples
como a simplicidade que é amar
Eu, decobridor de mares antigos
e de reinos perdido que poucos
foram capazes de encontrar
Eu, que tantas vezes ensinei,
tantas outras aprendi
sobre a vida, sobre a morte
sobre a terra, sobre o céu
sobre o tudo, sobre o nada
e que agora, não sou capaz de lembrar
Eu, tantas vezes Eu
Senhor das minhas escolhas
e das lembranças do meu passado
Eu, que nem sei ao certo
quem sou ou quem posso ser
mas sei que sou o que sou
complexo como uma noite de luar
refletida nas ondas do mar
Eu, que não faço questão
que tentem entender-me
mas, faço de ser claro como a água
que flui entre as pedras de uma cachoeira
ou complexo o bastante
para ainda assim não compreenderem
Eu, tantas vezes influenciável,
tantas outras, influenciador
das coisas que me rodeiam
Eu, que tantas vezes fui capaz,
tantas outras incapaz
de viver, de amar, de sonhar
aquilo que tanto eu gostaria
Eu, um poeta, um mentiroso, um fingidor
de dores e amores que nunca tive
Eu, e apenas eu que sei
que esses meus versos não tem fim...