Em minha intenção

Nesse pó levantado da poeira do meu chão,

das alegrias que encerram em desilusão.

Fazendo o trajeto pra dentro do peito,

muitas vezes volteis, pois não teve jeito.

Encontrei obstáculos, muros sem fim,

que traziam de bom muito nada pra mim.

Hoje, sou meu passo

no compasso dessa multidão.

Hoje, sou meu guia

no dia-a-dia de cada estação.

Hoje faço minha história,

levo a memória em minha intenção.

Sou minha verdade, a pura verdade,

a certa verdade do meu coração.

Nessa enxurrada de prantos do meu ser.

Choro amargo por coisas que não pude ter.

Se me deram demais, deram o que eu não precisava:

sapato, cinto, veludo, cetim, gravata.

Nem sei se meu pedido foi grande demais,

mas tenho outro rumo, não olho pra trás.

Hoje sou meu confidente,

diferente de ter solidão.

Eu me levo veemente

da cabeça ao coração.

Hoje, escrevo minha história,

levo a memória em minha intenção.

Sou minha força, minha força,

a mais forte força dessa geração.

(Do livro "Em minha Intençaõ", 1988).

LUCIANO AUGUSTO
Enviado por LUCIANO AUGUSTO em 11/10/2010
Código do texto: T2551100
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