Coração, sujeito indeterminado
E eu digo que me importo, e não me importo,
e falo que não choro, mas caio em prantos,
finjo que entendo, e me engano,
admito que gosto, e me desencanto.
Deveria eu saber ao menos o quanto,
há disso ou daquilo, no meu próprio peito,
até que creio saber, só que, no entanto,
o muito que sei, pouco me é de proveito.
Esse coração, não se conhece o sujeito,
e se muito me pego o analisando,
espreguiço-me, o fito e me deito,
pois só o entendo um pouco mesmo, sonhando.