O SOL DE UM NOVO OCASO

Hoje regressamos ao estado de penumbra;

Ontem éramos a orfandade da luz translúcida,

Malévola geleira sem agrimensura

Que não deixa --- ainda que tremeluzente ou irresoluta ---

Que a magistratura do sol e da lua

Essencialmente se consuma:

Ah, o catarro verde

Quer que --- novamente ---

Provemos o sabor-verdade

Do total blecaute

E da bruma profunda, profusa, renitente, alarve,

O dantesco plenilúnio da edaz tempestade!

Ah, sinto estarmos

No limiar da boca da catástrofe:

Creio que, a cada movimento expansivo

De tirania da humanidade,

Ficamos á mercê do reino da vacuidade:

Sim, somos, afinal, escravos do todo-poderoso Hades!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA