A Autoridade
A Autoridade
Não pretendo maldizer ou criticar,
O trabalho dos agentes da autoridade,
Mas sim á lei, que os limita no actuar,
Pois julgo que o sinto como verdade.
Vive-se uma crise de autoridade,
A começar pelos Pais sem coragem,
Passando por um Estado em debilidade,
Que permite ou tolera a malandragem.
A autoridade não se furta aos deveres,
Mas a lei é ambígua e inoperante,
Ao retirar-lhe muitos dos seus poderes,
E a remeter-lhe um papel irrelevante.
As forças de segurança foram criadas,
Para proteger o cidadão e seu haveres,
Mas vemos que estão a ser desviadas,
Para proteger aquele que tem poderes.
Que justiça, na lei imposta por Lisboa,
Ao classificar de intocável e imune,
Gente a quem tudo desculpa e perdoa,
Enquanto a outros tudo exige, e pune?
Por via de uma lei, talvez errada,
A autoridade não actua como devia,
Pois sente-se por vezes desautorizada,
Ao cumprir a missão que lhe competia.
Hoje, como há vinte séculos atrás,
Um governador autoritário fará isto:
Soltará o marginal Barrabás,
E condenará o inocente Cristo.