CÂNTICOS
Aqui cantando estou,
não me canso desse encanto,
de cantar a todo tempo,
um cântico de minhas entranhas.
Meu canto vigente,
não são palavras ao vento,
nem construções estranhas.
São sensações do recanto de meu ser.
E nesse intento sempre a cantar,
relatar minhas operações silábicas,
com meu sopro ritmado
de minhas emoções arábicas. Quero expressar.
Minha história na antiga cifra,
sem apagar a cantiga pífia,
que os poetas não fizeram,
mas discretas fizeram as adúlteras.
E a cantar quero viver,
passar a vida cantando
por pensamentos, palavras
até tudo acabar, até a morte chegar.
E nela a pensar... se ainda der tempo,
quero que cantem pra mim
mesmo que seja meu último canto,
que eu não canto, mas cantem pra mim.
PROPOSTAS. Edinaldo Formiga. São Paulo: 02/10/10.