A poesia pulsa

Quando te aderes a mim

E vestes meu corpo

Feito cobertor, aqueces meus frios

Abraças meu ser, preenches meus vazios...

Ah, eu sinto em cada célula minha,

Uma célula tua a pulsar em mim...

Simbiose...

Criador, criatura

Verso, reverso...

Então, meio confusa não sei

O que é verso, o que é prosa

Quem é poeta, quem é rosa...

E, tu me perfumas, acaricias

Sussurras... e, sem alarde,

Serena, leve... escreves

Fazes poesia em mim...

E, é tão bom sentir-te assim

Ah, quando então, o sofrer te perjura

E, a dor se agiganta,

Em meus ouvidos, gemes

Saudades,

Tristezas,

Dores, lamentas...

E, teus versos tristes

Em minh'alma sangram...

Ah, mas te levantas!

E novamente, a vida encanta-te

Então, cantas sonhos, amores,

Esperanças... lembranças, cantas!

Murmuras cirandas,

Cantigas de infância,

Reminiscências,

Acalantos, cantas...

Psiu!

A poesia está cantando...

Está escrevendo sim,

Silêncio!

Quero ouvir,

Quero sentir...

O que dizes hoje para mim,

Acaso cantas o amor, com palavras mansas...

Ou... selvagemente, decantas tuas dores?!

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 02/10/2010
Reeditado em 03/10/2010
Código do texto: T2532936
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