A poesia pulsa
Quando te aderes a mim
E vestes meu corpo
Feito cobertor, aqueces meus frios
Abraças meu ser, preenches meus vazios...
Ah, eu sinto em cada célula minha,
Uma célula tua a pulsar em mim...
Simbiose...
Criador, criatura
Verso, reverso...
Então, meio confusa não sei
O que é verso, o que é prosa
Quem é poeta, quem é rosa...
E, tu me perfumas, acaricias
Sussurras... e, sem alarde,
Serena, leve... escreves
Fazes poesia em mim...
E, é tão bom sentir-te assim
Ah, quando então, o sofrer te perjura
E, a dor se agiganta,
Em meus ouvidos, gemes
Saudades,
Tristezas,
Dores, lamentas...
E, teus versos tristes
Em minh'alma sangram...
Ah, mas te levantas!
E novamente, a vida encanta-te
Então, cantas sonhos, amores,
Esperanças... lembranças, cantas!
Murmuras cirandas,
Cantigas de infância,
Reminiscências,
Acalantos, cantas...
Psiu!
A poesia está cantando...
Está escrevendo sim,
Silêncio!
Quero ouvir,
Quero sentir...
O que dizes hoje para mim,
Acaso cantas o amor, com palavras mansas...
Ou... selvagemente, decantas tuas dores?!