Eis o que vejo…
Ao contrário do vejo no espelho descorado pelo tempo
Não vejo mais do aquilo que desejo ver
Sempre na busca da nitidez da imagem ali regenerável
Ao qual o tempo, senhor absoluto do destino me deixa antever…
Não vejo a dor que se espalha nesse reflexo de tua imagem
Mas somente aquilo que quero ver
A paradoxal criação da alma sombria enlevada entre trevas
Que não se pode deixar esmorecer.
O que vejo de nada é importante
De nada vale aos meus olhos
Buscar ansiosamente respostas para o teu olhar perdido
Se as mesmas residem em ti.
Em tua alma peregrina de muitos caminhos
Jornadas longas, madrugadas frias
Sinto tua alma presa ao reflexo
Da temporalidade da vida.
Eis o que vejo….