Eis o que vejo…

Ao contrário do vejo no espelho descorado pelo tempo

Não vejo mais do aquilo que desejo ver

Sempre na busca da nitidez da imagem ali regenerável

Ao qual o tempo, senhor absoluto do destino me deixa antever…

Não vejo a dor que se espalha nesse reflexo de tua imagem

Mas somente aquilo que quero ver

A paradoxal criação da alma sombria enlevada entre trevas

Que não se pode deixar esmorecer.

O que vejo de nada é importante

De nada vale aos meus olhos

Buscar ansiosamente respostas para o teu olhar perdido

Se as mesmas residem em ti.

Em tua alma peregrina de muitos caminhos

Jornadas longas, madrugadas frias

Sinto tua alma presa ao reflexo

Da temporalidade da vida.

Eis o que vejo….

Wanda Ayala
Enviado por Wanda Ayala em 29/09/2010
Código do texto: T2526784
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