Ar

Opressão e indiferença

Une opostos

O cheiro, a dor e o lamento

Em marcas na pele

Não enxerga de tão evidente

Tão claro e clarividente

Incompreensível e mesmo distante

Continua, mesma maneira distinto

Indistinto fosse

Continua, mesma procura

Cansaço fosse

A maldade só em ti reina

E tão belo é seu dominar

Aquele com gritos e humilhações

Reclamando por tanto amar

A base do dizer

Discurso anelar

Presos em dedos gordos

De futilidade irá se libertar

Denúncia, hipocrisia e sonho

Quem tem mais e falar

E por que fala?

Se ao silêncio irá retornar?

Que palavra encontrar?

Cansei de tanto ar e “ar”

Para variar eu preciso saber

Preciso mais uma vez ouvir

Esse som vago ruir

Delicioso ao desmoronar

Volta a bondade e maldade

Caminhantes unidas

Um beijo como forma de selar

Amarra teu olho a mim

Ou continua a me ignorar

Tua escolha

Escolhe a chave

Tranca sua mente

Foge de tudo que vou te lembrar

Sou teu ar

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 27/09/2010
Código do texto: T2523652