SUBSISTINDO

"Acordei logo cedo pensando nisto... Será que a sociedade está tão anestesiada que já não percebe seus problemas? Como podemos gerar oportunidades?"

Ergo na esquina da rua

uma velha barraca,

de madeiras de sobra

que usei na minha casa.

Acordo cansado... já são três da matina,

vou vender minhas frutas,

algumas tão rubras,

que comprei no Ceasa.

Ando, ando, ando...

até o trabalho,

num lugar tão distante

e clientela tão boa

que representa a nata.

E todo dia observo:

Minhas frutas tão doces,

e que nunca provará,

os meninos brincando,

logo depois de suas aulas,

e seus pais tão presentes,

como em contos de fadas.

E todo dia eu penso:

Se no jantar tenho ovo,

nas minhas rezas agradeço,

e de tão cansado que estou,

eu já quase não sonho,

mas quando sonho ainda vejo,

quem sabe um dia,

ser alguém diferente,

como um dia pensará.

A vida passa,

e uma fase eu perdi.

Tenho treze anos. Somente treze anos. Treze...

E cadê os meus pais? Eu não sei, nunca vi.

E brincar para que? Eu não sei, não vivi.

Com mais três irmãos,

que na labuta sustento,

e na medida do possível,

são crianças que não fui.

Porém, ainda sonham...

Essa poesia foi inventada... mas será que é ficção?

Diego Fernandes

26/09/2010

http://poesiasingular.blogspot.com

Diego Fernandes Emiliano Silva
Enviado por Diego Fernandes Emiliano Silva em 26/09/2010
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