“Sorriso de Poeta”
Sorria poeta, sorria! Mesmo enfadado
Dos dias acinzentados, sem sol! Caminhe
Nas largas e solitárias ruas, mãos nos
Bolsos, passos largos, pensamento distante.
Sorria, mesmo que sangra o peito coberto
Por flanelas no clima de inverno em plena
Garoa deste entardecer monótono, tácito!
Tenha a cabeça erguida, na mente, a paz.
Sorria, ao encontro do mar, ouça as ondas,
Vê? Que ruges contra as rochas, de tal modo
A reclamar a cheia dos leitos assoberbados!
Vá poeta, vá por esta vida sem pressa de partir.
Sorria de tudo, menos das desgraças, ai não
Tem graça, só cabe o pranto e a força para
O recomeço. Depois sorria, e esqueças!
Vá a versejar seus poemas as belas moças.