Relógio
O tempo passa rasteiro
E as sinestesias estão em pleno passeio
A hora passa
Invade a madrugada
Tira do poeta um simples bocejo
Que exalta o arrojado desejo
De me fazer misturar mistérios e verdades
Através de metalinguagens
O poeta, não posso assim me intitular
Olha o pequeno Big Bang domiciliar
Vejo que com essa delonga
Mais uma hora veio a me custar
O Sol, que chacota a madrugada
Faz com que meus sentidos tornem-se delírios
E tudo que matutei na noite passada
É sonho, agora incessante
Prova de que o tempo
Guarda com o sono, os sonhos
De um pensamento decepcionante de pouco proveito
Que pernoitou sem ver seu desfecho.