O QUE ME CONVÉM
O pouco que tenho
Escondo infértil e febril
Sob o véu do meu tempo
Que enlaço e sedimento
No resto que não tenho
O pouco que me abstenho
Embrulho em sopros
Nas brumas dos olhos
E suporto e recolho
Nas emoções que sustenho
No mais, o que me advém
São os pensamentos poucos
De dias que não lembro
De sonhos vagos em setembro
D’um mundo que não me contém...
É nesse intencional desdém
Nessa desídia não comedida
O tanto que não detenho
O vácuo que me aferrenho
O todo do que me convém