LÁGRIMAS DE VERDADE

Vou. Trabalho.

Trabalho. Volto.

Quando chego, não sou

Por dentro, meio que choro...

Pranto anestesiado

Com lágrimas de verdade

No retorno, claro que não estou...

Insurge-se algo impróprio, nauseante

Crivado de idéias que abjuro

O cotidiano impele-me

A este imbróglio ululante

Que me atalha os poros da derme...

Ao cair das tantas e tantas noites

Antevejo minhas dúvidas no baralho

- Estar perdido é mais fascinante -

O meu melhor por atos falhos...

E resolvo rimar erraticamente

Podres versos claudicantes, como estes...