RESSACA DO TEMPO....

No balanço de uma música,

Transpiro as minhas raivas,

Bebo um sorri sal, borbulhante,

Estou com vontades estonteantes,

Calor sem umidade,

Resseca e cria cascas na saudade,

De um perdido amante,

Que nas sensações derrete;

Bate ondas nas pedras,

Espumas agridem a minha face,

Minha foto sobre a mesa,

Olha o tempo que passa..

Terno e gravata, muitas bravatas,

Mordo o vento que não mais refresca,

O som ao longe, são setas na lembrança,

Matando os sonhos que transformaram em lambança...

Meu sapato roto cheio de poeira,

Por caminhar pelas estradas da vida,

Minhas unhas cortadas,

Meus dedos enrugados,

Prontos para apontarem tantos e todos...

Bate o frescor da viola,

Cantando o grito da tristeza,

Mais uma vez sento no velho banco e choro,

Por que a minha gaita enferrujou o dó...

Passa mais tarde, quando o sol não mais arde,

E mais empedrado ficará todo este borogodó...