Tiro pela culatra

Chega um instante para o poeta

Que ele acha que perdeu o tino.

O tiro antes certeiro

Que fazia a palavra estrebuchar sobre o papel

Nesta hora sai pela culatra.

Parece que a lata fica vazia.

O que antes o poeta fazia com naturalidade

Em dado momento sai espremido

Como aquela dor de barriga de dar arrepio.

Mesmo quando escreve

GRITO, APITO ou BUZINA

Tudo se cala e nada rima.

William Urick
Enviado por William Urick em 13/09/2010
Código do texto: T2495040
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