Tiro pela culatra
Chega um instante para o poeta
Que ele acha que perdeu o tino.
O tiro antes certeiro
Que fazia a palavra estrebuchar sobre o papel
Nesta hora sai pela culatra.
Parece que a lata fica vazia.
O que antes o poeta fazia com naturalidade
Em dado momento sai espremido
Como aquela dor de barriga de dar arrepio.
Mesmo quando escreve
GRITO, APITO ou BUZINA
Tudo se cala e nada rima.