Descrevendo-me, em poesia.

Fui uma menina precoce, sempre falei, mas do que devia.

E também apanhei, mas do que merecia por isso.

Tive uma infância nada agradável, não guardo muitas lembranças.

Nunca tive um amigo de infância.

Meu único laço de afetividade com parentes, foi com a minha irmã caçula, embora eu tenha muitos irmãos.

Cresci brincando de ser criança, procurando a infância que perdi,andei tanto nessa vida, que hoje não gosto de ir nem a esquina.

Meus pais não me deixaram viver, achavam que eu era um enfeite de geladeira, adolesci e nem percebi.

Cresci e amadureci, tive poucos namorados, pois nunca parei em lugar nenhum, para poder viver os amores da idade.

Já me apaixonei, noivei e quase morri. Mas sobrevivi me reencontrei, e novamente me apaixonei.

Vivi um amor proibido, e paguei muitas moedas por isso, e ainda continuo pagando. Pois os juros são caros, e não acabam nunca. Sinto-me culpada pelo que fiz, para fazer minha felicidade, não pensei em ninguém, talvez sem querer eu tenha mudado o destino.

Mas agora é tarde, não tem, mas como voltar.

Tive três filhos, que os amos, mas que mais que a mim mesma.

Meu marido é assim... Do tipo não liga pra mim? Não, também não é assim.

É um homem de sorte, mas tem um gênio ruim, mas tudo bem... O meu também não é dos melhores. Vivemos brigando, mas nossas brigas duram minutos.

Tem dias que eu acordo de mau humor não tem quem me agüente, nem mesmo eu me agüento.

Mas o que se há de fazer, eu sou assim... Uma garotinha ainda. Recuso-me a crescer, me recuso a envelhecer...

Pra gostar de mim tem que aprender a me ver... Assim! Do jeitinho que eu sou, pois não mudo uma vírgula, sou assim mesmo, uma pimenta bem ardida. Mas pra quem entende e sabe mexer com de tempero, eu realço a vida.

Janaina Barbara
Enviado por Janaina Barbara em 09/09/2010
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