DESCRIÇÃO DOS “ANJOS”
O anjo paira sobre mim,
Sobrevoa com subterfúgio de não sucumbir-se...
A boca pronuncia o inicio do pecar.
Braços confortáveis e calças infladas,
o beijo sufocante que antecede o sorriso de prazer,
é o mesmo que anuncia o término e recomeço.
O acompanhante viaja sozinho,
pela invisibilidade dos pensamentos.
A indiferença o mantém seguro em sua couraça.
Engana-se pela auto-afirmação de idéias e,
como todo ser que se considera superior,
alega ser auto suficiente.
Tão somente humano,tão somente tolo,
a sinceridade confundida com arrogância.
Contraditório e, mesmo assim, transmite segurança no que diz.
Quão ator sorrateiro és!
Cultua livros e, às vezes, age com ignorância.
És odioso e encantador!
O querubim fugaz fez da singela dama,
Sua harpa e sua concubina.
Nobre querubim,ela tinha pureza.
O coração puro é capaz
de salvar o coração deturpado.
Desconheces a magia e fúria dos anjos.
Metamorfoseia-se,
A vida é mesmo um casulo.
A poeira de cada tempo o levará...
O encanto está esvaindo-se sem canto.
Sejas raro como orquídeas,em Antártida.
Orquídeas são minhas favoritas.
Não vejo o mesmo que vês de si.
És um grande “provocador”...
Mas vida ensinou-te a ser,
Julgar, descrer, arrefecer, acalorar,
Ludibriar, magoar, desamar, amar...
E transformar-te em fortaleza e Amante.
(Dedico este texto para um não-poeta,
mas que é um grande fingidor. Saudações!)