Números

Um, dois dos quatro amores

resvala no pressuposto do grão,

sublima a água fundada no oco

e repassa ao infinito o que venta.

Um, dois daqueles instantes amarelados

revelam a magna ânsia por sonhar

a certeza do que há por trás,

por dentro,

no armário ruidoso das emoções.

Escolhendo sem querer um dos dois

descobri o terceiro amor,

que nem se escondia do riso,

delegando ao inverso sua exatidão:

o amor na imensidão da risada!

Esse amor é palhaçada!

E é tal que nos salva.

Salvadora, heroína...

Um amor da droga de fazer,

traficado pelos palhaços do alvorecer.

Um amor assim que urge umas palmas

e se rodeia do eterno.

O que se foi de um,

dois dos que ficaram, se chocaram.

E, por mais incrível que possa parecer,

o cho(foi aberto)que!

No abeto do coração latente ele explodiu.

Respingou certezas muito próximas,

replicando sabores muito familiares.

Ele, nessa árvore, queria família.

E Julgava conhecer a chamada vida

fingindo sociedade na alegria.

Por que no fundo? Pertencia ao escondido da falta,

embora o plano enganoso tivesse alicerces bem sonhados.

Ele era uma pena...

Foge! - disse o passado.

Descobriu-se desespero sem falseamento.

Agora, já não se escapa mais do que se é dançando no escuro,

nem da voz que berra por amanhecer.

Tem-se pra quem correr, ao menos

ele voz disse.

Um, dois dos que se foram, ficaram.

Está nele de volta a volta!

Tem-se pra quem correr!

Dos que ficaram pra trás na discórdia do riso dramático,

um está de volta

e é seu parceiro.

Tem pra correr quem se tem.

Cessa então expressão mascarada de sonho:

o dito que foi sobre quem era enfim é.

E dá pra ouvir apenas o clamor sereno da estrela

a chamar duas das uma, em horas.

A esperar um, dois dos quatro amores passados.

O amor agora é o choro que ri

da palhaçada que guia cambaleante,

e o infindo recomeço se abraça

naquele um que já foi dois.

J Jesse
Enviado por J Jesse em 04/09/2010
Reeditado em 19/01/2011
Código do texto: T2477385
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