Sobreviver.
Continua em seu caminho vazio,
Acende o seu cigarro e pensa na vida,
Frágil poeta sonhador,
Que de bar em bar encontra o seu destino,
De prostituta em prostituta encontra o sexo,
E nenhuma gota de amor,
A boca seca pede um pouco cachaça,
E o covarde entrona a garrafa,
Cicatrizes no corpo e na alma,
Um peso sobre os ombros,
Uma vida desgastada por medo, covardia,
Despedidas e solidão,
Guarda nas lembranças o toque do anjo,
E o beijo do vampiro,
Em seus olhos todo rancor de uma manhã chuvosa,
Em seus lábios o gosto doce da poesia,
O jornal da a noticia “homem desesperado se joga para morte”,
O poeta reflete,
Eu já morri de mais, suicidar é só mais uma chance de perder,
Ri sozinho da covardia alheia,
Acende o cigarro e continua em seu caminho vazio,
Vez em quando cambaleia,
Outras tantas ele chora.