O que o fingidor não sabe

Se todo poeta fala de amor

E dizem que ele é mentiroso

É este o maior fingidor

Pois não vê o que há de mais pomposo

Pomposa é a poesia e magnífico o poeta

Que fala e morre de amores

Em dores da cura de ser poeta!

Da cura de ser poeta

O fingidor não sabe

Pois finge que não escuta

E diz que essa labuta

é coisa de vagagundo

Um precioso e infeliz segundo

Ao chamar sensibilidade de vagabunda

Sua alma já jaz moribunda

Nos escondidos confins do mundo.