Homem: Um Ser para a Morte

O que é o homem senão um ser para a Morte? Quando nasce derrama-se em um choro agudo-o choro de um recém-nascido.

Esse choro é o prenúncio de todo sofrimento que enfrentará durante sua acre vida; sofrimento que aumentará a tal ponto que, em algum momento da sua jornada, deixará de existir, finito que é.

Engana-se aquele que medita e conclui que poderá fugir das dores do viver, isto é, para mim, inconcebível! Nem com todo o conhecimento universal pode-se alcançar tal feito, a luz da razão não nos socorre nisso.

Quanto mais o homem for iluminado pela luz da razão, mais sofrimento terá- e sofrerá!

É pela luz da razão que o ser para morte consegue enxergar e sentir as dores minúsculas da vida, pois obtêm essa capacidade.

É pela luz da razão que ele consegue relembrar o triste passado conscientemente e sofrer novamente.

É pela luz da razão que ele consegue imaginar o futuro que anseia e ser torturado pela ansiedade desmensurável.

É pela luz da razão que o homem tem a capacidade de auto julgar-se e perceber que existem erros, que inclusive cometeu: e condena-se!

É pela luz da razão que o homem está sujeito a loucura, pois define seus próprios padrões de normalidade.

Enfim, é pela luz da razão que o homem sabe que caminha para o seu fim, para a sua morte, para o seu desaparecimento. Aliás, isso lhe acarreta mais sofrimento.

Então vamos viver. Então Vamos sofrer. Vamos todos morrer.

O Bruxo

Profano
Enviado por Profano em 26/08/2010
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