Homem: Um Ser para a Morte
O que é o homem senão um ser para a Morte? Quando nasce derrama-se em um choro agudo-o choro de um recém-nascido.
Esse choro é o prenúncio de todo sofrimento que enfrentará durante sua acre vida; sofrimento que aumentará a tal ponto que, em algum momento da sua jornada, deixará de existir, finito que é.
Engana-se aquele que medita e conclui que poderá fugir das dores do viver, isto é, para mim, inconcebível! Nem com todo o conhecimento universal pode-se alcançar tal feito, a luz da razão não nos socorre nisso.
Quanto mais o homem for iluminado pela luz da razão, mais sofrimento terá- e sofrerá!
É pela luz da razão que o ser para morte consegue enxergar e sentir as dores minúsculas da vida, pois obtêm essa capacidade.
É pela luz da razão que ele consegue relembrar o triste passado conscientemente e sofrer novamente.
É pela luz da razão que ele consegue imaginar o futuro que anseia e ser torturado pela ansiedade desmensurável.
É pela luz da razão que o homem tem a capacidade de auto julgar-se e perceber que existem erros, que inclusive cometeu: e condena-se!
É pela luz da razão que o homem está sujeito a loucura, pois define seus próprios padrões de normalidade.
Enfim, é pela luz da razão que o homem sabe que caminha para o seu fim, para a sua morte, para o seu desaparecimento. Aliás, isso lhe acarreta mais sofrimento.
Então vamos viver. Então Vamos sofrer. Vamos todos morrer.
O Bruxo