palavrório

palavras enfartadas de alegria

estão largadas pelos verdes campos

buscam sintonia com as flores

palavras enfartadas de tristeza

dormem sobre o assento das cadeiras

não se fartam de seus desencantos

palavras comedidas são as tolas

que só foram ao cabeleireiro

certas de que não vão dar vexame

palavras que se acham inteligentes

logo adormecem nossas mãos

de um formigamento irreversível

palavras que passaram por pudicas

e envelheceram com os anos,

foram confundidas com nanicas

palavras – a roupagem fascinante

que, ao revelarem conteúdo,

vou e me desnudo num instante

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/08/2010
Código do texto: T2460075
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