Já disse, tempos atrás, ao Tempo,
Petulante que sou, o contrário da esfinge:
“DEVORA-ME OU TE DECIFRO!”
Desafio inconsequente, eu sei, mas desafio,
É que simplesmente desconsidero o Tempo.
E no templo do Tempo já atirei minhas pedras.
Reconheço humildemente a Eternidade,
Que nem é tempo que não se acaba,
Não é tempo que dure indefinidamente:
A Eternidade é o não-ser do Tempo!
Tempo Absoluto ou Tempo Relativo,
A pior invenção nossa é o Finito!
A arbitrariedade nossa é marcar o Tempo,
Cortá-lo em pedaços muito pequenos,
E o que é o Tempo fica sendo esses pedaços
Que dividimos da Eternidade que não compreendemos...
Para caber na precariedade certa de nossa efemeridade.
Ah! O Tempo de minha vida: que miséria! Nossas vidas...
Arbitrariedade nossa de sofrer as dores do Tempo,
Vulneráveis, ser devorados por sua voracidade.
O Tempo não existe,
É mera e precária percepção nossa
(O Tempo é assim porque o percebemos assim...)
O que há é nascermos, vivermos, morrermos...
É não ser, então ser, e depois não mais ser...
Isso tudo que ainda nem compreendemos!


(Poesia On Line, em 26/08/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 26/08/2010
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T2459717
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