Acho que o que me aguarda é mesmo a solidão...
Preparo-me para ela como quem vai a uma guerra
Foi este maldito olhar apressado para além do horizonte
Foi essa intuição, esse pressentimento, foi praga de mãe
E a poesia nem vem a ser para mim um alento, qual nada!
É antes de tudo um tormento, conhece de mim tudo por dentro
E revela a seu bel prazer como quer o que quer, sem arrependimento
Acho que o que me aguarda é mesmo a tristeza...
Preparo-me para ela como quem volta duma guerra
Foi este maldito pensar tão lerdo a não ver os horizontes
Foi essa distração, esse ressentimento, foi aviso de pai
E a poesia se aquieta em mim e não me revela nada
É antes de tudo esse vazio e esse silêncio a corroer por dentro
Que escorre por mim sem que eu saiba, sem meu consentimento
Acho que o que me aguarda é mesmo o silêncio...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 24/08/2010
Reeditado em 04/08/2021
Código do texto: T2456938
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