ROSTOS
Somos tantos rostos no teatro do tempo;
Odisséia viva a contar nossa história;
Tanto quanto as vozes do pensamento;
As marcas indeléveis fazem memória.
Viu aquela jovem brincando de bem-me-quer;
Ela está na moça que corre até a janela;
Seu olhar já maduro de mistério;
Está nos lábios da senhora de lapela.
Espera pelas pétalas do doce amado;
Procura a cantiga do boêmio romântico;
Afaga seu filho tão esperado;
E sente a vida como um transatlântico.
Escorre nos seus dedos de princesa;
Os anos que já não voltarão;
Deles restou somente a certeza;
De um destino de açafrão.
ACCO