INDO

Avistam meus olhos, ao longe, paisagem indefinida
E meu coração almeja sinais de paz.
Que queres tu?
Defina-te?
Decifra-me.
Não me peças para ser quem não sou..
Não, não fales.
Não me detenhas,
Não te contenhas.
Faz-me livre,
Faz-me plena,
Corredeira como um rio de água límpida,
Que lava e leva vida
Que indo, percorrendo seu curso,
Aonde chega é bendita, bem-vinda!
Recolhida e guardada pelos sedentos
É com carinho acondicionada...
Não, não me detenhas no meu curso...
O que é o rio?
É o nada.
Sem a água não há forma,
Não aflui, não se estende, não se conduz....


Madrid, 28/08/2004