O SILÊNCIO
Calada segue a vida
Sem nenhum entoar
Com graça solicita ao silêncio
Venha-me desvendar
Mas, mudo segue o sentido diário
Refletindo qualquer pensar
Sem som algum
A alma mistério faz pesar
E, neste constante passo
Procura-se algum sentido
No distanciar dos sons
Tudo é segredo consentido
...
O silenciar dos lábios
Ao coração traz algum esplendor
Ao contemplar as dores
Sem muito horror
As faces multifacetadas
Tentam desvendar
O mistério que o silêncio
Na vida fez pousar
Mas, com um sorriso tenro
Segue os dias
Sem nenhuma lamúria
Os sentimentos sem nenhuma luxúria
...
No íntimo se expande
Se sente longânime
Sem nenhum pensar
Por onde quer que o coração ande
Nas cores encontra formas
Nas paisagens sabor
Sem palavra alguma
O silêncio se faz esplendor
...
E, na vida segue calado
Carrega consigo seus dias
Mudo, malcriado
Até que por fim
Encontra seu louvor
A morte do silêncio
O encontro do amor.
Fernanda Alves
13/08/2010