GUERRA OU PAZ
Porque as armas são cada vez mais,
O mundo está a tornar-se explosivo,
E senão destruírem os arsenais
Estará em perigo todo o ser vivo
Não façais mais armas perigosas,
Pois estais a brincar com lume.
Plantai e cuidai antes das rosas,
E inebriai-vos com o seu perfume.
Transformai armas em brancas flores,
E no lugar das bombas plantai roseiras.
De soldados e generais fazei escritores,
E das minas fazei brotar laranjeiras.
Em vez de construírem porta-aviões
Ou outros caríssimos armamentos
Porque não se gastam esses milhões
A levantar outros equipamentos?
O governante que sustenta a guerra
E nela gasta o que aos pobres tira
Não é merecedor de viver na terra
Nem aquele que a seu gosto adira?
Identifique-se e julgue-se o culpado,
E faça-se pagar pelo seu erro,
Mas não se esmague o desgraçado,
Nem se decrete por lei o seu enterro.
A violência jamais será solução,
Para resolver as divergências;
Pois gera mais ódio e negação
E torna brutas as consciências.
Nada há que possa justificar,
O ataque a um povo inocente,
E quem em vão o ouse perpetrar;
È perverso, hipócrita ou demente.
Combater quem é desumano,
É uma necessidade e um bem.
Mas invadir um país soberano,
É somar inimigos aos que já tem.
A força da minha vontade,
É pequena como o grão de areia,
Mas junta à de toda a humanidade,
Apagaria o fogo que a guerra ateia.
Aquele que quer o amor na terra
Só o alcançará quando for capaz
De enterrar o machado de guerra
E fumar o cachimbo da paz na paz.