Batalha da Vida
Não é possível voar
Sem tirar os pés do chão
Mas não é possível se firmar
Com os pés flutuando no ar
Viver é correr riscos
É enfrentar leis tão antigas
Quanto o mundo que sobreviverá a nós
Ainda que se construam barreiras
A fortaleza será atingida
Por tiros vindos de todos os lados
Do interior da muralha
Um coração obscurecido geme
Seu tímidos suspiros reprimidos
Foi-lhe impedido viver
E em suas veias corre apenas gelo
Um raio de sol penetra na fortaleza
Mas não atinge o coração
Guardado no baú mais profundo
Onde anseia pelo que nunca virá
Por que deixar vivo
O que sonha com o inalcançável
Que idealiza a dor
E se entrega sem receio?
Como pode alguém ser forte
Se deixar o coração comandar?
As barreiras se fecham
Ao redor daquilo que deve ser protegido
Forte não é quem não tem fraquezas
Mas quem sabe ocultá-las dos inimigos
A fortaleza segue impenetrável e segura
Como sempre foi
Separando o muno exterior do interior
Separando as possiblidades alcançáveis
Por aqueles preparados para a batalha da vida
Daquelas que jamais poderão sequer ser desejadas