Voltando para as trevas
No limite das sombras vago por mundos distantes,
Não me sinto com uma alma perturbada,
Vejo os que acompanham a luz sem dizer nada,
Mas somente eu não dou um passo adiante...
Quando vejo a luz, o meu corpo sempre trava,
Do outro lado à minha frente vejo as árvores negras,
Estou descalço, o caminho é repleto de espinhos,
Os espinhos me atravessam e eu não sinto nada...
Adoro ouvir daqui o som das corujas brancas,
Vejo-as de tão perto, aqui elas não se escondem,
Ao lado dos corvos elas se alimentam,
E assim com os demais enfeitam os diversos sons da mata...
Estou confortável, me sinto bem aqui,
É como se eu estivesse voltando para casa,
Já não ligo mais se a luz irá ou não me tirar daqui,
O que eu quero mesmo é abrigar-me nessas trevas,
E viver por todo o resto da minha existência dentro dessa mata...