MINHA POESIA

Quando já nada restar de mim,

posto que serei pó do tempo,

que será dos resquícios poéticos

hoje ainda brotando em minh'alma?

Terão maior valia para alguém

num mundo tão conturbado,

onde a poesia quase não tem vez

e a ternura pereceu sem graça?

Do meu coração, provavelmente,

continuarão fluindo doces poemas

e doravante ainda mais singelo serei

mesmo que nunca fascine ninguém

Os homens não plantam árvores

somente para si próprios, eles vão,

elas permanecem dando sombra

a quantos virão depois, e isso é lindo

Então, assim deveras sendo,

semeio poesias não para mim

mas para enternecer quantos virão

após o tempo me tornar apenas nada

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 02/08/2010
Código do texto: T2414925
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