INCOMUNS

Olhando este céu azul

Contemplo-TE ó Deus!

Por ele falas à crentes e ateus...

à grã-finos e plebeus...

porque todos têm fé...

Uns têm fé que afirmam...

e crescem em tal afirmação...

Outros têm fé que negam...

E crescem em tal negação...

Entre ambos, no entanto, se estende...

um abismo colossal...

Como dois pontos que divergem...

E se afastam...e se perdem...

Sem nunca se encontrarem...

E assim vamos nós...

Estupefatos com a grandeza que vemos...

Ou não vemos...

Vislumbrados com o que somos...

Ou não somos...

E tudo isso, em meio a esse emaranhado

De pensamentos e mundos interiores...

Imaginários...

Propulsores...

de ideologias...

e preconceitos...

de visões torpes e defeitos...

destarte, sem enxergar o essencial...

Raça de víboras que somos...

temos tudo e não temos nada...

Sofreguidão nas estradas,

Dos labirintos deste mundo...

Tentando chegar aonde meu Deus?!

Por nós mesmos...

à lugar nenhum...

Então é por tua misericórdia que existimos!

E respiramos cada centímetro cúbico de ar...

que constantemente nos dás...

E mesmo nos digladiando, por coisas banais...

não te fazes de rogado...

Todavia tira-nos do pecado...

Livra-nos de todo mal...

Somente assim seremos

incomuns...

eternos...

Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 15/09/2006
Reeditado em 16/09/2006
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