INCOMUNS
Olhando este céu azul
Contemplo-TE ó Deus!
Por ele falas à crentes e ateus...
à grã-finos e plebeus...
porque todos têm fé...
Uns têm fé que afirmam...
e crescem em tal afirmação...
Outros têm fé que negam...
E crescem em tal negação...
Entre ambos, no entanto, se estende...
um abismo colossal...
Como dois pontos que divergem...
E se afastam...e se perdem...
Sem nunca se encontrarem...
E assim vamos nós...
Estupefatos com a grandeza que vemos...
Ou não vemos...
Vislumbrados com o que somos...
Ou não somos...
E tudo isso, em meio a esse emaranhado
De pensamentos e mundos interiores...
Imaginários...
Propulsores...
de ideologias...
e preconceitos...
de visões torpes e defeitos...
destarte, sem enxergar o essencial...
Raça de víboras que somos...
temos tudo e não temos nada...
Sofreguidão nas estradas,
Dos labirintos deste mundo...
Tentando chegar aonde meu Deus?!
Por nós mesmos...
à lugar nenhum...
Então é por tua misericórdia que existimos!
E respiramos cada centímetro cúbico de ar...
que constantemente nos dás...
E mesmo nos digladiando, por coisas banais...
não te fazes de rogado...
Todavia tira-nos do pecado...
Livra-nos de todo mal...
Somente assim seremos
incomuns...
eternos...