Me estranho facilmente com a bendita morte.
Morte da essência que envolve o âmago.
Morte do fundo musical dos sentidos.
Não sou impenetrável, até queria ser.
Só assim, as coisas que não admiro, não passariam por mim.
Queria ser uma esfinge, veloz, sagaz...
Sugar o néctar da vida e ser imortal, ser real.
Sei que é só devaneio, mas do que vale a vida se não pudermos devanear?
No desalinho da minha mente, me alinho...
Na esperança de viver saborosamente, pretensão?
Não, fantasia!
Ai se não fosse ela a me aplicar anestesia...
Anestesia da arte, arteira que sou, não me conformo o conformismo.


Por vezes me vejo num motim, querendo a desordem.
Desafiando os que dormem, dormem o sono da ruindade.
Desafiando os que não sentem dor, a dor da saudade.
Desafiando os que não amam o amor, o amor e sua plenitude.
Desafiando os que não pedem receita, porque são frios e vivem fingindo ser sadios.
Desafiando os que não sabem chorar, por terem medo de se declarar, de se libertar.
Desafiando os que tem medo de amar, que não amam por covardia...
Mas que bobagem, amar é um risco que só quem corre são os intrépidos, é o frio mais gostoso que minha barriga já sentiu.
Será que minha visão é platônica?
Eu responderia que sim!
Os olhos da minha alma chamam-se utopia, é aonde minha vida vira poesia.
Seja na tristeza ou na alegria.


Quero viver todos os sonhos que já não cabem dentro de mim, loucura ou realidade?
- Os dois, minha louca realidade...
Não quero ser sã de verdade, quero apenas existir de verdade.
Faço questão que a frustração tenha ódio de mim.
Fazendo a desesperança implorar não passar por mim.

Quero viver o fim da guerra, a guerra dos sonhos impedidos.
Quero o diploma de que eu estive aqui, de que eu existi!
Vivi...
Aprendi...
E apesar dos pesares, fui feliz.
Não por vaidade, mas por realização, por tesão.
Tesão na alma, sem mais explicação!


Shalom

Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 28/07/2010
Reeditado em 29/07/2010
Código do texto: T2405420
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