Tombam áfricas nuas, inteiras
E seus povos de almas colonizadas
Sua pele negra jamais aceita, brilha no sol

Tomba a Europa envelhecida e rançosa
Ao tirar a máscara, havia outra máscara 
 todas cheias de rancores e orgulhos

Tomba a grande America dos americanos
Afogada na opulência e na esquizofrenia
Tombam as metáforas
Tombam seu desejo do mundo unificado e feliz

(Mal sabem que o mundo se decompõe)

Tombam os delírios do mundo puro
E da liberdade que nunca veio
Tombam mares enegrecidos da cobiça
Tombam os pelicanos
Cobertos de pixe
Eles são a cara estúpida do progresso
Quem sabe um dia comeremos petróleo
 
(O mundo não tem cura)

Tombam os ecossistemas,
Os sonhos da ecologia
Tombam os seres vivos, os seus sonhos
Equilíbrios e planos
Tomba a natureza morta  
Diante dos nossos olhos

Tomba a vida, tomba a humanidade
Subjugada em seus instintos
Rompe-se o elo com as estrelas
Tombam os  últimos versos debilitados,
Tombam agora na boca dos poetas vencidos.
 
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 28/07/2010
Reeditado em 09/03/2014
Código do texto: T2404119
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.