O MEU MITO
Sou o mythos do meu mito.
Na verdade,
Às vezes minto,
Mas, sem dúvida, o que sinto.
O que sinto é um reflexo,
Do meu mito naquele espelho
E acontece, quando não quero,
Um amplexo comigo mesmo.
Quatro braços se abraçam,
Num só corpo bem fundidos,
Sem distinguir quem é quem,
Depois do abraço, iludidos.
Aqui fora ou ali dentro,
O espelho me confunde,
Qual dois eu invento
Para ser “mythos”, ele ilude.
Um daqueles é o mortal,
Que em frente ao pedestal,
O seu herói se admira.
A verdade incontida,
Contra o espelho, a pedra atira
E quebra toda a mentira.